domingo, 23 de maio de 2010

Em seus braços, ela descobriu uma razão para viver.

Ela acreditava que um amor só poderia ser selado com um beijo ou olho no olho e depois aqueles dizeres que parecem mágicos para qualquer um. Aquelas três palavrinhas básicas, sabe? Ela acreditava que o amor só podia ser demonstrado através desses dois jeitos. Ela acreditava...antes dele aparecer.
Certo dia, os dois caminhavam sob aquele sol escaldante e, mesmo assim, pareciam felizes. Riam e andavam, abraçados e sem rumo. Ele fazia carinho em sua cintura e ela sorria toda vez que ele conseguia a arrepiar. Ela o amava mais do que tudo nesse mundo. E os dois juntos pareciam, de fato, um casal de namorados. Quem os visse, diria que eram um casal... Mas não eram, ainda.
Em certo ponto de sua caminhada, os dois tiveram que parar para esperar o sinal fechar, para que pudessem atravessar a rua. Então, ele a envolveu no abraço mais apertado que ela já havia recebido e cheirou com carinho seus cabelos, dando um beijo em sua cabeça em seguida. Ela apenas o abraçou mais forte, deixando-se ser dele pela primeira vez. Ela podia sentir seu sorriso e, com certeza, ele podia sentir o dela também.
E foi aí que ela sentiu... Sentiu a prova de que ele a amava sem ele precisar demonstrar nada. No abraço dos dois, ela pôde sentir o coração dele bater tão fortemente que pensou: "o coração dele está assim por mim?", e depois disso só conseguiu sorrir. O coração dos dois batia em sintonia, embalados por aquele abraço que seria a música em função do ritmo dos batimentos. Com ele, ela não precisava de mais nada e só de estar em seus braços, já se sentia segura, protegida e, principalmente, amada. Foi, sem dúvidas, o melhor abraço já recebido em toda a sua vida. (...)

(...) E, hoje, ela se lembra dele com todo o carinho existente no universo.

domingo, 16 de maio de 2010

Sem você, não há mais nada.

Ela acordou, mais uma vez, ofegante. Nos seus sonhos, ou melhor, pesadelos, ela estava só. Completamente só. Olhou para o lado, para sua cama completamente vazia. Deu um grito abafado ao constatar o que parecia tão óbvio: ela estava, de fato, só.
Ficou por um tempo em seu transe até se sentir segura para apalpar o rádio, que estava na cabeceira da cama e ligá-lo, com a intenção de ouvir algo que a acalmasse. A música de Ana Carolina anunciava que "Eu voltei por entre as flores da estrada, pra dizer que sem você não há mais nada." Logo se viu perdida novamente em pensamentos, com a esperança de que ele pudesse realmente voltar. Mas, rapidamente se deu conta de que já eram passados cinco meses desde sua partida, então a vida dele estava muito melhor sem ela.
Entristeceu-se e desligou o rádio com algumas lágrimas brotando de seus olhos.
O papel e a caneta estavam a seu alcance e, para sentir-se melhor, pegou-os e pôs-se a escrever vagarosamente:
"Eu sempre tive vícios, dos mais variados. Me considerava viciada em chocolate, em Coca-Cola, em escrever, em cantar, em certas músicas, em aprender filosofia. Eu era uma total e completa 'viciada', mas meus vícios me faziam bem. Por esse motivo, eu não era viciada. Tudo em excesso faz mal. E eu era viciada em todas essas coisas até você chegar. Quando isso aconteceu, você roubou o lugar dos chocolates, das Cocas, as músicas que eu cantava eram sobre amor, as coisas que eu escrevia eram sobre você e eu só queria aprender a sua filosofia. Eu comecei a ficar viciada no seu cheiro, nas suas roupas, nos seus beijos. Eu tinha a mais absoluta certeza de que iria ter todos esses fatores que me eram tão necessários para o resto da minha vida.
Mas, então, você partiu. Disse-me que queria ver como era uma vida sem mim, mas que poderia voltar. Espera, vida sem mim? Você é capaz de ter uma vida sem mim? E eu, por tantos anos, não imaginei sequer respirar sem você. Quer dizer, ainda não sei como o faço sem você. Você, que por tantos anos foi o ar que eu respirava, a música que eu cantava, o chão que eu pisava, foi embora. E, confesso, que espero até hoje, cansada, a sua volta. Depois de cinco meses, ainda não consigo me ver sem você, ainda te espero voltar e dizer 'calma, amor, era apenas uma brincadeira. Sou seu de novo, e para sempre'. Porque, por muitas vezes eu cogitei a hipótese de te amar para sempre. Ou melhor, eu cogitei a hipótese de nos amarmos para sempre. Porém, de repente, todo esse amor sumiu. Não de minha parte, mas da sua. Da minha parte, esse amor parece cada vez mais perto, mais sólido, é como se eu pudesse tocá-lo para suprir a sua ausência.
E como é difícil a vida sem você aqui... E como é ruim acordar todos os dias e ainda sentir o seu perfume em meu travesseiro. Como é horrível pensar em você a todo segundo, todos os dias ao acordar, ao dormir, ao sonhar. E o mais terrível é que eu, no fundo, ainda tenho esperanças de que você vai voltar, vai voltar e me fazer um cafuné como só você sabia, depois me encher de beijos e dizer que vai ficar tudo bem.
Eu só queria que você voltasse...é pedir muito?
Antes de você habitar a mesma casa que eu, antes de eu vestir as suas roupas largas e me sentir a pessoa mais feliz do mundo, eu era 'viciada' em coisas que só me faziam bem. Mas o Google serviu para eu descobrir que vício não é bom. Vício é algo que você necessita ter todos os dias e que, se não tiver, pode até levar-te à loucura. Vício não é somente algo que você precisa, é algo essencial. Se torna, talvez, o motivo da sua existência. E vício não é algo que se possa largar com facilidade. É diferente gostar de Coca-Cola e ser viciada em Coca-Cola. Eu só gosto.
Com tudo isso, eu acabei descobrindo algo que, verdadeiramente, me assustou: eu sou viciada em você. E você é meu único e incurável vício.
Dizem que o mundo precisa de amor. Eu preciso apenas de você."
Assim que acabou de escrever, deitou-se e cheirou seu travesseiro, que ainda continha o perfume dele impregnado e que ela temia que nunca mais saísse de lá. Voltou a dormir, pois o único lugar que ainda poderia encontrá-lo era em seus sonhos.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Amor mais puro

"Querida mãe,
Gostaria, primeiramente, de desculpar-me por todas as vezes que não arrumei meu quarto, que não fui para o banho na hora certa, que não estudei, que deixei de te dar boa noite, que chutei a sua barriga quando era apenas um feto, gostaria de desculpar-me por todas as vezes que não te obedeci, que te respondi, enfim, todas as vezes que falhei contigo como filha.
Queria também dizer-te que te admiro por tudo que você já fez por mim: por você ter me carregado nove meses na barriga, por você ter me ensinado a falar e a andar, por você ter me ajudado a construir meu caráter, por me dizer o que é certo e errado, por me entender, por estar sempre comigo... Nunca me esquecerei das noites em que ficamos conversando até a madrugada, dos segredos que já trocamos, das fofocas, dos risos e, principalmente dos choros.
Mãe, foi sempre você que esteve lá para mim. É sempre você que está lá pra mim. É você que acorda no meio da noite quando pressente que eu não estou bem, é você que fica comigo, me mimando, quando estou doente. E é só você que sabe exatamente o que eu sinto.
É pra você que eu conto tudo, mãe, você é a pessoa em que eu mais confio.
Por isso, gostaria de falar-te pela trigésima vez que você é o meu exemplo de vida, o meu espelho e que eu não me canso de te amar exageradamente.
Estarei com você daqui até a eternidade e desejo que nosso laço nunca se desmanche.
Eu te amo mais que tudo nesse mundo.
Um beijo."

Ontem, o padre disse: "Só quem tem mãe, sabe o que é ter uma mãe." Pode parecer um pouco redundante essa frase, mas é exatamente isso, só quem as tem, sabe como elas são. Estão sempre dispostas a largar tudo para nos ver felizes, sabem exatamente quando vai chover (mesmo que tenha um sol enorme pintado no céu), sabem quando estamos tristes e sempre tentam nos entender. Mãe é tudo. Por isso, apenas um só dia para elas ainda parece pouco. Dia das mães é o ano inteiro, porque é o ano inteiro que elas querem o melhor para nós. E é o ano inteiro que nós reclamamos que elas pegam demais no nosso pé, quando, na verdade, só querem nos proteger, porque nós seremos eternamente os bebês delas. Elas sabem o que é bom e o que é ruim, mas às vezes não acham a forma certa de nos mostrar e acabam sendo chatas para nós.
Não, mães nunca tem a intenção de serem chatas.
Mães são mães e, só de ser mãe, já é um sinônimo de amor. O amor mais puro, mais lindo e mais protetor que existe. E, nós podemos reclamar delas o quanto for, mas, quando crescermos, seremos exatamente iguais a elas.
Mães são capazes de abandonar a sua felicidade pela nossa. Não existe maior amor que isso. E, uma notícia boa para todos nós, esse amor não se esgota, não se acaba nunca.
(...)
Essa é uma homenagem atrasada a todas as mães, não só em função do dia das mães ontem, mas também porque eu achei que essa era a melhor data pra expressar o meu amor imenso pela minha mãe. Que, nem nas palavras mais imensas, ele há de caber.
Espero que todas as mães desse muito tenham tido um dia ótimo ontem e que tenham dias maravilhosos pela frente.
Em nome de todos os filhos do mundo: obrigada por nos amarem tanto.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Mestres

"(...) uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso." Clarice Lispector

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade." Carlos Drummond de Andrade


"Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso." Fernando Pessoa

São textos aleatórios, porém textos amados por mim. Escritores amados por mim. Sim, ouso dizer que os amo com todas as forças do mundo e que eles foram capazes de escrever em palavras tudo que eu sinto e não consigo colocar no papel. Obrigada por me entenderem tão - ridiculamente - bem.

domingo, 2 de maio de 2010

Não sou eu que me faço voar, o amor é que me voa.

"Eu esperei por ele. Esperei até demais. Ele não estava disposto a me dar todo o amor que eu procurava. Eu entreguei minha felicidade nas mãos dele, de bandeija, pra ele não fazer nada por mim? Ou até por ela? Sim, foram inúmeras as vezes que ele me deixou feliz, mas não feliz pelo motivo que eu queria. Não feliz por ele me corresponder. Jamais por isso.
Eu o quis o tempo todo. Mais do que o tempo todo! Duzentos e quarenta e três dias; cinco mil, oitocentos e trinta e duas horas; trezentos e quarenta e nove mil, novecentos e vinte minutos; vinte milhões, novecentos e noventa e cinco mil e duzentos segundos por ano. Vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana! Eu o quis a cada segundo mais, mais a cada dia e ele não deu valor. Eu o quis ainda mais em todas as festas, em todos os meus momentos de carências. Eu o quis quando o dia amanhecia, quando a tarde chegava e quando a noite nos deixava no escuro. Eu o quis no cair da primavera e no começo do outono. Ele não viu, só ele não viu. Por que ele não procura por alguém que goste de verdade? Por um sentimento sincero?
Eu estava lá! Sempre estive ao seu lado, em todos os momentos, deixando bem claro que eu me preocupava e que ele podia contar comigo sempre que precisasse. Eu sempre me deixei ser, acima de tudo, uma amiga pra ele. Sempre tentei ser diferente para que ele me olhasse de um jeito diferente. Eu sempre me iludi, achando que seus olhos brilhavam por mim de outra forma. Ilusão, tudo não passou de uma extrema ilusão."
29/11/2009