sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Amor e tempo

Entre discussões, conversas e algo que parecia mais uma terapia de grupo, eu fiquei pensando em como poderia começar um assunto como esse por aqui.
Falar de amor é muito difícil, engloba diversas coisas, e eu tive que recorrer a muita Clarice Lispector e muito Luis de Camões para conseguir escrever. Ainda mais porque ando com um bloqueio quanto a isso... mas é um assunto só para mais tarde.
Quando me perguntam o que é amor, eu só posso responder "não sei". Não sei mesmo... ainda não descobri. Acho que passa de algo que os filósofos definiriam como "um sentimento influenciado por coisas externas", eu penso que isso é muito pouco. Amor vai muito além do que qualquer pessoa possa dizer.
Então me perguntam "Você já amou?" e eu digo "Já". Aí então fica aquela dúvida: como você sabe que já amou?
É simples: eu não sei, só senti...
Outro conceito interessante e com poucas respostas a respeito é o de tempo. Tempo é muito relativo, dizem. Mas relativo como? Cada um vê o tempo passar de um jeito. Costuma-se falar que quando queremos que algo chegue logo, o tempo passa mais devagar e quando queremos que algo não se acabe, o tempo passa muito rápido. Mas, na verdade, o tempo está passando do mesmo jeito. Isso que nós sentimos chama-se tempo psicológico ou, como diria o meu professor de Português, tempo do coração.
Com isso, eu concluo que amor e tempo estão sempre de mãos dadas. Porque, quando se ama, a vontade de estar junto é sempre maior, fazendo com que o tempo se arraste para esse encontro acontecer e passe assustadoramente rápido quando ele ocorre.

Entrando em um assunto ainda mais profundo...
O que acontece com o tempo quando alguém vai embora? Ele se alooooonga... ainda mais se soubermos que esse alguém vai voltar. E vai voltar só pra nos fazer feliz. Aí sim o tempo - aquele sacana - se estende mais ainda. Parece uma brincadeira, de péssimo gosto, mas é assim. Infelizmente é assim e, por isso, sinto-me obrigada a escrever um historinha que revela muito sobre essa relação entre amor e tempo.

"Eu aprendi, aos poucos, a ser muito feliz com você. E, aos poucos também, a criar em mim uma necessidade enorme de te ter por perto, me olhando daquele jeito que só você sabe olhar, sorrindo para mim daquele jeito que só você sabe sorrir. Pode ter sido aos poucos vendo de dentro de mim, como isso foi surgindo, de pouco em pouco. Mas, para quem está a observar de fora, foi tudo muito rápido.
E foi mesmo. Cada dia ensolarado que passei contigo parecia ainda mais curto. Comecei a achar que o dia não tinha mais vinte e quatro horas e culpava muito o tempo por não querer que eu gostasse mais ainda de você. E nem adiantou culpar o tempo, eu gostei de você mais ainda mesmo que os dias fossem mais curtos... Passados os nossos mínimos quatro dias juntos, eu me vi diante de uma eternidade que seria esperar você voltar.
Como se não bastasse você ir embora, levou consigo o sol. Os dias ensolarados tornaram-se chuvosos e frios desde sua partida. Partida essa que eu tenho certeza que não é pra sempre. Partida essa que tem volta. E o tempo, sempre brincalhão, anda brincando de estender os dias. Agora eles parecem ter 36 horas. Mas saiba que, nessas trinta e seis horas, eu só penso em você.
E agora estou aqui, novamente, a escrever sobre você...
Porém eu fiz a melhor descoberta que poderia nesses tempos: agora, quando me perguntam o que é amor, eu sei.
Posso não saber descrever com todas as letras e pode não ser a resposta que todos desejam, mas para mim já basta.
Amor é, simplesmente, o que eu sinto por você."

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Necessidade distante.

"...E uma vez eu ouvi dizer que existem coisas que nós não sabemos que precisamos. Aí então eu pensei "Como eu não sei do que eu preciso?".
A resposta veio quando encontrei você.
Você é a melhor coisa que eu não sabia que eu precisava. E agora eu sei.
É tão esquisito passar a necessitar de algo que não sabia nem que existia, passar a necessitar de um perfume, uma voz, uma mensagem, um rosto, uma palavra, uma frase. Eu não sabia que essas várias coisas vindas de uma mesma pessoa poderiam causar uma onda de necessidade em mim.
O pior é que é necessário mesmo; tão necessário que, sem isso, eu pareço me perder do mundo, me desligar de onde eu estiver e me ligar só em você, aonde você estiver...
...E você está tão longe. E, ao mesmo tempo, tão próximo que posso até te sentir aqui. Não sinto seu perfume mas é como se ele estivesse impregnado em cada roupa que eu uso, não vejo seus olhos mas é como se eles estivessem me observando a cada segundo. Não te vejo, mas te sinto. Talvez isso seja apenas porque tenho a certeza de que, nesse exato momento, você está pensando em mim. Então, como estou pensando em você também, estamos conectados de algum modo... Sendo assim, te vejo, mesmo que seja em pensamento, mesmo que seja apenas na imaginação.
É que é tão bom imaginar, poder sentir como seria se você estivesse aqui... Eu gosto de te imaginar, de te lembrar. Me faz bem quando você não está presente.
O mais interessante é que, mesmo não tendo sua presença, você me faz bem de longe. E é um bem incontrolável. Algo que já saiu do meu alcance há um longo tempo. Algo que não dá pra acreditar - não é possível acreditar só se me contarem, eu precisaria sentir. E eu sinto, por isso acredito.
Eu preciso de alguém que está longe de mim.
Mesmo assim, as lembranças que esse alguém deixou, o cheiro que ainda invade todo o meu ser e o misto de emoções mágicas que ele me traz todos os dias, compensam toda essa distância."

terça-feira, 3 de agosto de 2010

E quando tudo muda?

Quando conhecemos alguém novo, cria-se um mundo de expectativas que, às vezes tornam-se frustradas e às vezes tornam-se muito mais do que simples expectativas.
O fato é que quando alguém entra na nossa vida, nunca imagina-se que esse alguém vai fazer tanta diferença. E, se faz, o que fazer então? Entregar-se tão rápido ou apenas fingir que nada aconteceu?
Quando esse alguém passa a ser muito mais que tudo que já imaginamos, o que fazer? Controlar-se e deixar de lado um sentimento?
Não... precisa-se lutar. Apesar de tudo e de todos. E ir contra tudo e contra todos se for preciso. Porque, se esse encontro aconteceu, é porque era para acontecer. Talvez isso se chame destino. Ou talvez se chame amor.
Como quisermos chamar, aconteceu... E, se aconteceu, é necessário que vivamos tudo isso, porque um dia tudo pode ir embora, tudo pode escapar e talvez não consigamos trazer tudo de volta. Então meu conselho é viver. Viver novas experiências, novos amores, novos sentimentos.
E que essa onda de novas coisas que me atinge, atinja a todos também. Com muitas felicidades e com moderação, é claro.