sábado, 3 de setembro de 2011

Às vezes

Quando eu penso nessas duas palavras - às vezes -, penso que poderia dizer tanta coisa com elas. Como: às vezes eu mudo de humor facilmente; às vezes eu queria estar rodeada de pessoas e às vezes, sozinha; às vezes eu queria poder fazer algo para mudar o mundo; às vezes eu sinto vontade de gritar; às vezes eu quero mais é ficar em silêncio; às vezes eu preciso dar um sorriso verdadeiro, mas, às vezes, tudo que eu consigo são lágrimas carregadas de saudade; às vezes eu dou gargalhadas... Às vezes... Eu poderia continuar uma lista sem fim, mas há o fundamental agora: às vezes eu queria estar em outro lugar, vivendo experiências diferentes para ter o que contar. E, com frequência, eu sei exatamente onde gostaria de estar, sobre o que gostaria de falar...
Tenho tanto a dizer e nunca digo nada. Por quê? Acho que toda essa falta de inspiração a que me refiro sempre que me perguntam por que não escrevo mais é, na verdade, para camuflar que talvez eu tenha perdido o jeito. Ou talvez seja mais uma fase. Mas é que vir aqui e não ver nada me dá uma agonia imensa, uma vontade de escrever qualquer coisa, por mais que seja uma bobagem. Porém logo não quero mais fazê-lo, pois se fosse para escrever bobagens, isso aqui estaria cheio todos os dias.
O fato é que faz tempo que não vem diálogos a minha cabeça enquanto tomo banho, ou enquanto me arrumo, ou até enquanto vejo televisão. E quando me sento para tentar produzi-los, eles parecem tão fora do meu alcance como se eu tivesse que me esticar muito para pegá-los e não conseguisse. Não sei... as palavras parecem tão distantes de mim agora que o que me restou foi escrever sobre essa falta de alguma coisa que infelizmente eu não sei o que é.

Desabafei.