sábado, 6 de outubro de 2012

Paredes

Tudo a minha volta continha o seu nome. As paredes desbotadas me lembravam de quão desbotada estava a minha vida. Encostada em uma delas, com um livro no colo - não mais papel e caneta - as letras embaralhavam-se em minha mente e não faziam sentido algum. Precisei revisar as frases mais de cinco vezes, para tentar uma compreensão mínima do que eu li. O que eu li? Não sei. Eram dores de algum outro amor - não aquele que doía em meu peito agora; eram feridas expostas de outras pessoas que pareciam as minhas, que lembravam você, todas as vezes. Recordo-me de agarrar o livro com tamanha força que era provável ter te personificado ali. Me peguei conversando com as paredes, contando a elas todos os meus segredos, aqueles que você fingia não saber. Não era muito boa com as palavras, mas, de alguma forma, aquelas paredes me entendiam e encará-las, na verdade, parecia um conforto. Nunca estive tão bem entre quatro paredes, a não ser quando estava contigo. Naquele momento, as paredes poderiam estar mais distantes ou mais próximas: eu não me importaria. Porque a única coisa que importava realmente eram as minhas costas encostando em uma delas. Estava gelada. Gelada como o meu coração. Nada combinaria mais com aquele frio do que você e seus braços, seus abraços, seus passos em direção aos nossos laços e pedaços. O arrepio que percorria a minha espinha pedia por você, por nós. A parede encostada em minhas costas atormentava-me dizendo o quanto eu estava só. Todas as paredes pareciam me esmagar, me sufocar. Encurtaram a distância e eu acabei percebendo; uma distância tão frágil onde só caberia eu e você. E as paredes a escutar também o nosso caso secreto. Quando se expandiam, elas traziam solidão e ainda mais vontade de você. Por isso não importava aonde estivessem, elas sempre seriam você. Como cada canto daquele quarto vazio, frio, oco. Como cada espaço do meu corpo, vazio, frio e louco. Cada vestígio de nós estava presente ao redor. Em mim, em todos os meus poros. E naquelas paredes.

2 comentários:

  1. Que texto MARAVILHOSOOO, isso pq vc disse que não estava muito bom, que isso, se estivesse bom então... Amiga não canso de falar que vc tem um dom, as vezes eu me enjoo um pouco lendo os seus texto(muito amor e romantismo) hahahahhaha mas mesmo assim eu não consigo parar de ler, fico imaginando quando vc lançar o seu romance, vai ser tipo best-seller vai fazer mó sucessoooo, e vc vai ser uma escritora renomada. Vai ter uma série de livros que vão mudar a cabeça dos jovens e adultos com sua ideologia de esquerda em algumas partes. Vc vai mudar a cabeça das pessoas, fazê-las se indignar pelo sistema em que vivemos escrevendo romances!!! IRADO. HAHAHHAHAHAHAH voltando para a terra, viajei um pouquinho, eu te acho um escritora incrível e acho que o mundo merece te conhecer essa escritora!!!
    Te amo

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