sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O fim do ciclo

Colocar as tensões para fora, pôr o nervosismo em uma tela e não apenas guardá-lo dentro de mim. Depositar as ondas de sentimentos que me invadem agora. Por entre história, biologia, física, química e geografia, aqui estou eu novamente: nas Letras, de onde nunca saí. Ainda bem, porque senão suportar seria muito mais difícil.
É o último ano - e, meu Deus, já?! Já. Ouvi tantas frases repetidas esse ano, tantas palavras iguais. Não posso dizer que me cansei, porque queria que isso durasse para sempre. Não isso, vestibular. Mas isso, vida escolar. Porque de estudos, livros e vestibular, já estou saturada. Desde o primeiro ano ouvindo essa palavra e pensando que era uma realidade muito distante.
Distante ou não naquela época, ela está aqui hoje. E faz questão de me lembrar a cada dia. Vestibular, vestibular, vestibular. O seu futuro. Sim, o meu futuro nas mãos de uma única prova. Incrivelmente, isso não me assusta. Não estou com medo. Estou confiante e talvez isso seja apenas uma máscara, mas que seja! Se conseguir disfarçar a ansiedade, já está bom demais.
E não vale a pena pensar que o Brasil inteiro está junto comigo nessa... São várias histórias diferentes, realidades diferentes, classes diferentes e personalidades diferentes que se juntam em diversas salas espalhadas pelo Brasil, na mesma hora, no mesmo dia, para realizar a mesma prova. E qual o objetivo disso tudo, afinal? Empregos, vida confortável... O quê?! Eu não sei. Mas estamos todos encaixados nisso de uma forma que escapar não parece possível. E, bem lá no fundo, não queremos escapar.
São quatro horas e meia em um sábado e cinco horas e meia no domingo. Cento e oitenta questões que vão medir o quanto sua vida escolar inteira te deu de conhecimento. Ou não. Múltiplas escolhas não medem conhecimento. "É uma prova de resistência", como ouvi essa frase! É, de fato, uma prova de resistência e talvez o maior desafio seja ficar sentado na cadeira desconfortável sem poder falar - o que, para mim, é uma enorme dificuldade - por horas e horas. Pelo menos podemos comer... É.
Fato é que essa nova etapa da vida ou fechamento do ciclo, como eu gosto de dizer, exige muita coragem. Existem pessoas que estão preparadas e outras não. E cada um tem seu tempo. De qualquer forma, é realmente muita responsabilidade para um adolescente decidir que carreira quer seguir no auge dos momentos de diversão. Mas é assim. E por que é assim? Não sei.
O que eu espero é que cada segundo valha a pena no final. E não para poder dizer "Caramba, como sou inteligente", mas para poder ter certeza de que fechei o ciclo com maestria. Não pela bagagem de fórmulas e coisas decoradas que meu cérebro acumulou, mas pela vivência e pelo caráter que todos esses anos me deram; pela quantidade de sorrisos que dei, mesmo em momentos de desespero e pelo apoio que tive, de todos os meus amigos, durante esses anos.
O Exame Nacional do Ensino Médio não é um bicho de sete cabeças. É apenas o começo de um novo mundo, que se abre pelo SISU e perpetua qualquer universidade que possamos escolher.
Tenho certeza que deixarei a escola, mas ela não sairá de mim jamais.

(E boa tarde, UFRJ. Me aguarde, pois estou chegando!)

2 comentários:

  1. é nóss amigaaaa!!! pra sempre federal!!

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  2. disse tudo, ninha!! vai dar tudo certo, e fecharemos o ciclo com chave de ouro (e iremos todo dia juntas pro fundão, aquele fim de mundo hahaha)

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