terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sem lógica


Nada me inspira.
O dia começou com uma brisa boa, calor agradável e, depois, chuva. Percorri todos os climas para encontrá-la [a inspiração]. Não a encontrei. O papel em que escrevo agora parece tão vazio que quase dá tristeza. Mas não: uma alegria fenomenal se instalou dentro de mim. E sinto falta de contá-la para o mundo.
Sensação gostosa esta de viver... Confundo-me entre escrever para viver e viver para escrever, porém acho que um pouquinho dos dois não me faz mal.
E vivo neste exato momento. Sorrio pelo simples prazer de sorrir - porque o que vale é a veracidade dele. Em pensamento, passo por cada detalhe da minha alegria. Mesmo assim, não os acho - esses detalhes não têm a menor explicação. Não me dói a falta de entendimento.
O que dói, afinal? Muita coisa ainda, mas a felicidade me blinda; encontrei o meu escudo. Não é uma fuga da dor, apenas um espaço para o sorriso - sem nenhuma lógica.
As minhas mãos escrevem sem que eu possa acompanhá-las. Aquela velha sensação de ser dominada pelas emoções e colocar o coração para escrever... Então me pego olhando para o texto, sem saber o que, de fato, saiu das minhas mãos. Irei reler, porém tenho a mais exata noção de que felicidade nenhuma pode se comparar à de tê-lo escrito.